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quarta-feira, 30 de junho de 2010
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Qual a militância do artista?
Há algum tempo, durante os 3 (as vezes 4) diferentes percursos que faço dentro de um ônibus até chegar onde estudo, eu fixo meu olho por mais alguns minutos nos meus companheiros de coletivo. Não os conheço, não tenho certeza se estão indo ou vindo, mas todos estão cansados. As 17:58h todos estão cansados. Além do cansaço, reparo como são introspectivos: cada um em seu ônibus particular, vão longe enquanto pensam em seus problemas, dívidas e amores.
Mas nem só de problema, dívida e amor vive um trabalhador, estes precisam ser chacoalhados.
Uma vez em que vendia poesia na rua com Heyk , falávamos sobre a militância do artista. Acho que a principal forma de militância hoje é a intervenção urbana. Assim como o teatro de rua, a récita de poesia em praça pública... as pessoas precisam ser provocadas, estimuladas a mudar qualquer coisa.
Daí vem a minha parte na história da intervenção: Saco do meu bloquinho de papel colorido e desenho ali o rancor de um, a beleza de outro... ou até arrisco sugerir, através de imagens subjetivas, o que eu acho que falte praquela pessoa. E num momento oportuno, dou um jeito de entregar esse desenho pra pessoa, sem que pareça um presente ou homenagem: o negócio é esperar o sujeito se levantar pra descer do ônibus e entregar o desenho dizendo que foi um papel que saiu das coisas dele. Daí, é se deliciar imaginando quantas reaçõs pode ter causado. Talvez, olhar pros lados e pensar se realmente está certo achar que deste ônibus só você, vovó evangélica, vai pro céu.
Beijos
Mas nem só de problema, dívida e amor vive um trabalhador, estes precisam ser chacoalhados.
Uma vez em que vendia poesia na rua com Heyk , falávamos sobre a militância do artista. Acho que a principal forma de militância hoje é a intervenção urbana. Assim como o teatro de rua, a récita de poesia em praça pública... as pessoas precisam ser provocadas, estimuladas a mudar qualquer coisa.
Daí vem a minha parte na história da intervenção: Saco do meu bloquinho de papel colorido e desenho ali o rancor de um, a beleza de outro... ou até arrisco sugerir, através de imagens subjetivas, o que eu acho que falte praquela pessoa. E num momento oportuno, dou um jeito de entregar esse desenho pra pessoa, sem que pareça um presente ou homenagem: o negócio é esperar o sujeito se levantar pra descer do ônibus e entregar o desenho dizendo que foi um papel que saiu das coisas dele. Daí, é se deliciar imaginando quantas reaçõs pode ter causado. Talvez, olhar pros lados e pensar se realmente está certo achar que deste ônibus só você, vovó evangélica, vai pro céu.
Beijos
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Laia Ladaia
sábado, 5 de junho de 2010
Promessas do Sol
Desenho rápido feito a partir de uma música de Milton Nascimento e Fernando Brant chamada Promessas do Sol. Entitulei o trabalho com o mesmo nome da música. Essa música fala sobre a colonização dos povos americanos, aos olhos dos próprios nativos.
Promessas do Sol
Você me quer forte
E eu não sou forte mais
Sou o fim da raça, o velho que se foi
Chamo pela lua de prata pra me salvar
Rezo pelos deuses da mata pra me matar
Você me quer belo
E eu não sou belo mais
Me levaram tudo que um homem podia ter
Me cortaram o corpo à faca sem terminar
Me deixaram vivo, sem sangue, apodrecer
Você me quer justo
E eu não sou justo mais
Promessas de sol já não queimam meu coração
Que tragédia é essa que cai sobre todos nós?
Que tragédia é essa que cai sobre todos nós?
imagem: Promessas do Sol - 20x30cm, nanquim sobre papel
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